Fazendo
uma análise sobre o voto feminino e a importância da mulher no dias atuais,
faço aqui um translado sobre a importância da mulher nas escolhas políticas do
nosso país. É preciso maior atenção aos problemas administrativos de nosso país
antes apenas masculino. A mulher na política soma inúmeras facetas sociais de
suma importância para um caminho de conscientização da participação feminina.
Mulher que “pensa” é perigosa, já dizia meu bisavô, patriarca de uma fila de
filhas e poucos filhos homens. Éramos passadas do pai para o marido, sem o
direito de opinar em nada, nem a escolha do marido. E invariálvelmente
aceitávamos obedientes as decisões do nosso marido e senhor, estes sim
detentores da sabedoria, do conhecimento e do progresso do nosso país.
A
conquista do voto feminino há exatos 80 anos foi um passo importante para o
futuro político do Brasil. No entanto, embora tenha alcançado esse direito, a
população feminina ainda tem baixa representatividade política. De acordo com a
professora do Departamento de História da Universidade de Brasília, Tânia Swan,
as mulheres sofrem entraves ligados à falta de educação política e à
discriminação.
No
Brasil o direito foi alcançado em 1932, sendo restrito às mulheres casadas (com
autorização do marido), às viúvas e às solteiras com renda própria. Em 1934,
veio o direito sem restrições e, em 1946, o voto feminino obrigatório. O
direito ao voto feminino começou pelo Rio Grande do Norte, em 1927. O estado
foi o primeiro a permitir que as mulheres votassem durante as eleições.
A
conquista do voto pelas mulheres representou um avanço considerável em áreas
como a educação, o mercado de trabalho, conferindo a ela mais autonomia. “No
imaginário social, o papel das mulheres expandiu-se fora do âmbito privado e
suas opiniões passaram a ter um peso apreciável nas eleições e questões
políticas.”
Mas,
atualmente, apesar de o Brasil ter mulheres em altos cargos da administração
pública, como a presidenta da República, Dilma Rousseff, e dez ministras que
integram o governo, a bancada feminina na Câmara dos Deputados representa
apenas 8,77% do total da Casa, com 45 deputadas. No Senado, das 81 vagas apenas
12 são ocupadas por mulheres.
É preciso uma mudança de comportamento
social em relação à mulher para reverter o quadro da baixa representatividade
no campo político. “Enquanto a representação social do feminino não se
modificar para além do doméstico e do materno, não haverá uma divisão de
tarefas igualitária, tanto no político quanto no social.”
Para
a cientista política Maria do Socorro Souza Braga, o fato de as mulheres
formarem o maior eleitorado não significa que elas decidam o futuro político do
país. No entanto, o grupo feminino tem hoje uma capacidade maior de influenciar
os resultados eleitorais. “Desde a década de 1990, com a questão do cotas
eleitorais para mulheres, os partidos têm se preocupado muito mais com isso.”
As diversas tarefas exercidas pela
mulher moderna podem ser um dos principais problemas para a baixa representação
feminina em cargos políticos, segundo a cientista, que também é professora da
Universidade Federal de São Carlos. Ela destaca que as mulheres com
participação política também têm vida familiar, cuidam de casa e têm profissão.
"É uma carga muito grande. Elas estão abrindo mão de várias outras coisas
para isso. Só de assumir um cargo público e conciliar [as atividades] é algo
difícil", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário